terça-feira, 24 de agosto de 2010
sábado, 21 de agosto de 2010
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
CANTO DE AGONIA
Agonia de amor, agonia bendita!
- Misto de infinita mágoa e de crença infinita.
Nos desertos da Vida uma estrela fulgura
E o Viajeiro do Amor, vendo-a, triste, murmura:
- Que eu nunca chore assim! Que eu nunca
[chore como
Chorei, ontem, a sós, num voluptuoso assomo,
Numa prece de amor, numa felícia infinda,
Delícia que ainda gozo, oração, prece que ainda
Entre saudades rezo, e entre sorrisos e entre
Mágoas soluço, até que esta dor se concentre
No âmago de meu peito e de minha saudade.
Amor, escuridão e eterna claridade...
- Calor que hoje me alenta e há de matar-me
[em breve,
Frio que me assassina, amor e frio, neve,
Neve que me embala como um berço divino,
Neve da minha dor, neve do meu destino!
E eu aqui a chorar nesta noite tão fria!
Agonia, agonia, agonia, agonia!
- Diz e morre-lhe a voz, e cansado e morrendo
O Viajeiro vai, e vê a luz e vendo
Uma sombra que passa, uma nuvem que corre,
Caminha e vai, o louco, abraça a sombra e...
[morre!
E a alma se lhe dilui na amplidão infinita...
Agonia de amar, agonia bendita!
Augusto dos Anjos
- Misto de infinita mágoa e de crença infinita.
Nos desertos da Vida uma estrela fulgura
E o Viajeiro do Amor, vendo-a, triste, murmura:
- Que eu nunca chore assim! Que eu nunca
[chore como
Chorei, ontem, a sós, num voluptuoso assomo,
Numa prece de amor, numa felícia infinda,
Delícia que ainda gozo, oração, prece que ainda
Entre saudades rezo, e entre sorrisos e entre
Mágoas soluço, até que esta dor se concentre
No âmago de meu peito e de minha saudade.
Amor, escuridão e eterna claridade...
- Calor que hoje me alenta e há de matar-me
[em breve,
Frio que me assassina, amor e frio, neve,
Neve que me embala como um berço divino,
Neve da minha dor, neve do meu destino!
E eu aqui a chorar nesta noite tão fria!
Agonia, agonia, agonia, agonia!
- Diz e morre-lhe a voz, e cansado e morrendo
O Viajeiro vai, e vê a luz e vendo
Uma sombra que passa, uma nuvem que corre,
Caminha e vai, o louco, abraça a sombra e...
[morre!
E a alma se lhe dilui na amplidão infinita...
Agonia de amar, agonia bendita!
Augusto dos Anjos
terça-feira, 17 de agosto de 2010
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Poema do amigo aprendiz
Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos.Isso era p fazer parte do email.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo de acertar nossas distâncias.
(Fernando Pessoa)
Assinar:
Postagens (Atom)